24 de mai. de 2009

Na moral, passa o celular, chiclete, dinheiro, bilhete único...

É incrivel como as coisas acontecem, nesta sexta-feira, enquanto comia um pastel com a minha namorada, discutia sobre a questão da legalização das drogas de um modo geral, e um pouco mais, discutiamos sobre a descriminilização.

Os motivos que possuo para argumentar favorável a legalização são inúmeros, e vão desde a questão do real efeito que elas possuem sobre o nosso corpo, a questões mais complexas como o tráfico de armas alicerdado no tráfico de drogas, formação de lobbies, o trabalho infantil, e a questão da sáude em sí.

Pois bem, saimos da pastelaria, levei ela até a casa dela, e quando estava em frente ao ponto de onibus, a 200m de uma base policial, fui assaltado por 5 moleques, o boss devia ter cerca de 12 anos, e tinha um revolver e uma bicicleta.

Tavam meio acelerados, do tipo que iam pegar o celular e trocar por duas ou tres pedras de crack.

É, na hora a gente sempre fica um pouco tenso, até mesmo por que não se sabe nunca qual o nível de tensão que os assaltantes se encontram, mas passado alguns minutos refleti sobre o que faz com que um garoto de 12 anos não possa fumar um pedra de crack, ir para casa e comentar com a mãe dele que fumou um negócio que deu o maior barato.

Eram 22h, nem é tarde para um garoto andar nas ruas com seus amigos, nenhuma mãe acha isto estranho, que nem no Laranja Mecânica, onde Alex e sua Gang saiam as ruas, barbarizavam e terminavam em casa sem que a mãe soubesse o que rolava.

O que quero dizer com estes argumentos é que vejo que a comunicação no processo de combate ao uso de drogas esta truncada, com a proibição e criminalização de determinadas substâncias, tudo o que está ao redor dela passa a ser proibido também, inclusive a conversa aberta, e sem a comunicação aberta, só se trata do problema quando os sinais já são alarmantes, quando o usuário começa a roubar dentro de casa, ou quando ele é preso, quando leva uma bala, e por ai vai.

Defendo a legalização e descriminilização por que acredito que uma vez que isto possa ser conversado, o caminho para o combate efetivo ao uso será muito mais eficaz. Mas enquanto isto não acontece, o que fica é a escola e os pais, que proibem o adolescente de fazer tudo, enquanto a faze que ele está, até mesmo em termos hormonais é a de desafiar, de contestar. E de outro lado a galera legal e descolada, que deixa ele fazer o que quiser, e ainda oferece um negócinho que dá o maior barato.

A proposito, quando me assaltaram, o boss pediu que eu passase o celular, chiclete, dinheiro e bilhete único, isto depois de me mostrar duas vezes a arma. Me esqueci que tinha dinheiro, mas falei que ele podiam pegar tudo na boa, deixei eles colocarem a mão no meu bolso e pegaram tudo, não encontraram o dinheiro, felizmente, acho que se tivessem encontrado podiam ficar meio bravos com uma suposta mentira, mas iam levando um pacote de lenços de papel, o chiclete e o celular novo, com plastiquinho de proteção ainda, já que no sabádo passado fui assaltado, e meu bilhete único.

Pedi para eles que me devolvessem o bilhete único para que eu pudesse chegar em casa, o boss ordenou, deixa ele com o bilhete.

3 comentários:

Conceição disse...

Nossa Vitorio, fico aliviada de saber q vc está bem. Quer dizer, dentro dos limites do q é possivel ficar bem após a vulnerabilidade de um assalto. Mas acho q essa idéia da descriminalização poderia ser um ótimo tema para um debate amplo na PUC ou fora dela. Se estivesse aí, tentaria articular com o pessoal do Direito e da Psicologia. Só o debate pode ajudar a encaminhar propostas concretas e positivas para o combate a violência.

Rê Mupy disse...

Cara, que bom que devolveram o bilhete único! Tou há quase uma semana sem celular pelo motivo estúpido que corri atrás do ônibus e caiu do meu bolso. Mas uma boa alma achou e vai me devolver na próxima aula de francês.

E realmente, proibir proibir proibir não é a questão...acho bem mais eficiente abrir o jogo e mostrar o que o abuso de drogas faz com a pessoa. Deixar no plano do imoral é o jeito mais fácil de não se dar ao trabalho de explicar. E mesmo, pq não experimentar algo leve para quebrar a rotina? Essa é a função social do álcool, e desde o tempo de Jesus dá certo. Basta saber dosar.

Luciene Felix disse...

Já passei por algo parecido amigo. No meu caso, foi só uma tentativa de assalto. Mas tomei um tiro nas costas em 14/03/97.

Sobre as drogas, esse vídeo é interessante:

http://www.youtube.com/watch?v=ySuEreU_I-s

Espero que apreciem. Bjs., lu.

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