25 de mai. de 2011

Quando o homem morre pela floresta



Hoje, dia em que seria votada a alteração do Código Florestal, um de nossos palestrantes, Zé Claudio Ribeiro, foi assassinado junto com sua esposa, Maria do Espirito Santo, quando voltava para casa, no Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira, em Nova Ipixuna, no sul do Pará.
José Claudio Ribeiro era castanheiro e vivia da extração de castanhas e outras frutas na floresta. O lugar onde morava é protegido por lei e o corte de árvores, ilegal. Assim, Zé Claudio negava-se a negociar as árvores com os madereiros da região. A pressão era grande: muita gente já tinha abandonado o assentamento e vendido, ilegalmente, as terras. Zé Claudio denunciava os crimes e, por isso, as ameaças eram constantes. Sua palestra no TEDxAmazônia conta exatamente essa história. Num trecho, ele diz: “A mesma coisa que fizeram no Acre com Chico Mendes, querem fazer comigo”. E fizeram. Vale rever a palestra:
Nós conhecemos o Zé Claudio graças ao Felipe Milanez, que nos apresentou sua história emocionante, seu amor à vida dos homens e da floresta. Hoje, é o Felipe que emocionado nos traz mais notícias tristes. A Comissão Pastoral da Terra esteve no local do assassinato - uma ponte a 8 km da casa de José e Maria. Às sete e meia da manhã sairam para a cidade, provavelmente para denunciar as ameaças. Ali, foram emboscados, por dois homens, que utilizaram armamento pesado (revólver calibre 38 e pistola 380). O casal foi alvejado e os assassinos ainda cortaram uma orelha de cada para comprovar o crime. Eles caíram ao lado de uma grande árvore. 
A polícia chegou por volta do meio dia, despreparada para proteger o local do crime para a perícia, segundo a Comissão Pastoral da Terra. Zé Claudio e Maria do Espírito Santo estavam com medo e iriam denunciar as ameaças. Agora, essa é a nossa missão: não permitir que o crime caia na impunidade. Pedimos que comunidade TED se mobilize para que esta notícia seja espalhada.
Por Lívia Ascava, Barbara Soalheiro e Felipe Milanez

1 comentários:

Raphael Souza disse...

Parte de cada um de nós morre junto com José, mas a outra parte, a que ainda vive, talvez pareça mais morta do que nunca.
É triste trabalhar com a possibilidade da impunidade nesse caso, mas...certamente nós devemos seguir o mesmo exemplo não só de José, mas de todos os demais guerreiros dessa causa nada perdida.

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