17 de fev. de 2010

O Pós-Guerra da Guerra Fria

Eu tenho um jeito de começar a escrever meus posts e textos que considerado coloquial, mas este jeito tem parecido tão chato que to buscando uma nova forma de escrever, ainda não descobri. Mas, este não é o tema central deste post, pelo menos não tão central. De alguma forma essa percepção é fruto de uma reflexão maior, sobre um modelo de "macro comunicação" que será eficaz para salvarmos o mundo da destruição e aniquilação completa :(. Pronto, agora sim o papo é de maluco, mas não por que eu esteja falando maluquice, simplesmente por que a discussão passa longe do mundo real.

Bem, a idéia deste post surge a partir de várias reflexões fundamentadas em discussões e principalmente análises sobre a maneira como estamos usuando o planeta, como ele está respondendo e como estamos contra respondendo. E para começar a alicerçar a discusão quero lhes apresentar a página: http://www.esb.ucp.pt/gea/myfiles/pegada/nacoes.htm, trata-se de um estudo sobre a média per capita de países no que diz ,respeito a Pegada Ecológica e um alinhamento com outros dados como a capacidade biologica de cada país e seu déficit. Os dados não me parecem otimistas, em especial quando pensamos que os maiores esforços para conter o aquecimento global até então são esforços e acordos voltados para o clima e entre corporações e governos. E que quando levamos em consideração os esforços para conter o consumo individual e localizado ele é quase nulo, já que vai contra a lógica capitalista.



Fiquei meio curiso com a tabela acima, e ingenuamente resolvi dar um novo tratamento de dados para ela, desta vez ordenando através dos países com a maior pegada para a menor, e mantendo na tabela apenas os países com pegada maior que 8 e os com pegada menor que dois, tive um resultado amendrontador, mas que deixa muito claro por que o COP-15 foi um fracasso, vejam a tabela aqui: publizitat.googlegroups.com/web/pegada_ecologica_contraste.

Enquanto que na tabela China e India estão entre os países com a menor pegada, por razões talvez bastante óbvias, como o atraso em seu "desenvolvimento" os mesmos países estão entre os 10 maiores emissores de CO2: www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/414/matj_414.htm, por razões também muito obvias, ligadas a sua enorme população.

O grande pesadelo nisto tudo, e o grande desafio é imaginar como será a China e a Índia desenvolvendo e consumindo ao estilo Americam way of life, o mesmo estilo publicitariamente vendido ao mundo pós-guerra junto com a obsolêscencia programada, responsável por aumentar significativamente a bolha de consumo que vivemos hoje.

Mas além da bolha de consumo, o problema maior é que a venda do modo de vida americano durante a Guerra Fria via Hollywood gerou o que hoje de chama de branding, ou em se falando de "macro comunicação" é equivalente a incorporação cultural. Ou seja, nós brasileiros, chineses, indianos( estes já tem até Bollywood), incorporaram a idéia da democracia americana e agora anseiam o mesmo progresso, oriundo do livre mercado e força de trabalho.

Álias, só para fazer um paragráfo parentes e tirar um pouco a culpa dos americanos, este lance de trabalho é da reforma protestante, que por sinal foi iniciada por Martinho Lutero, um alemão século XVI e mais tarde reforçada por John Locke, um inglês do século XVIII e pai do liberalismo, acredito que estes argumentos absolvem os americanos assim como os chineses e indianos são absolvidos :(.

O problema agora é que mesmo absolvendo todo mundo , julgando todos como vitímas da cultura, o nosso problema não está resolvido, e estará menos ainda quando nossos amigos chineses e indianos alcançarem o desenvolvimento que tanto almejam. Acredito que eles não chegam lá, antes morremos. Mas supondo que exista uma solução para este desvio cultural de séculos. Talvez a solução seja ensinar as pessoas a lidarem com a frustração, dizendo a um americano que ele deverá viver como um miserável segundo seu modelo de vida, e a nós, subdesenvolvidos, que o desenvolvimento nunca chegará se quisermos continuar aqui, seremos pra sempre como dizia Belchior, apenas rapazes latinos americanos, sem dinheiro no banco.

E quem disse que isto não pode ser bom?

1 comentários:

Be Wizard disse...

Diria que a sua narrativa inicial ainda não se encontrou, ficou repetitiva nos argumentos "do post"
Mas a tabela, a exposição de idéias e a conclusão sim foram dignas, com humor e tudo o mais.

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