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8 de jun. de 2009

Grandes Jornais x Blog da Petrobras: de que lado ficar?

O blog Fatos e Dados que a Petrobras criou para se defender de ataques sistemáticos de alguns jornais nacionais (Folha, Estadão e O Globo), e da nota da ANJ (Associação Nacional dos Jornais),
já teve record de acesso na rede.

Do blog do Luis Nassif, vem a noticia de outro blogueiro, o Idelbert:
"Eu estou acompanhado em detalhes a movimentação há 72 horas. Eu lhe digo: blogo há cinco anos e nunca vi nada igual. No Twitter, o @blogpetrobras acumulou milhares de citações em umas poucas horas. O blog propriamente dito, em 12 horas, sem link de nenhum portal, recebeu 25.000 visitas (às 5 da manhã, eles estavam em 62.000; agora, em 87.000)."

Leia um trecho da Nota da ANJ:
"A Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifesta seu repúdio pela atitude antiética e esquiva com que a Petrobras vem tratando os questionamentos que lhe são dirigidos pelos jornais brasileiros, em particular por O Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, que nas últimas semanas publicaram reportagens sobre evidências de irregularidades e de favorecimento político em contratos assinados pela estatal e suas controladas.
Numa canhestra tentativa de intimidar jornais e jornalistas, a empresa criou um blog no qual divulga as perguntas enviadas à sua assessoria de imprensa pelos jornalistas antes mesmo de publicadas as matérias às quais se referem, numa inaceitável quebra da confidencialidade que deve orientar a relação entre jornalistas e suas fontes.
Como se não bastasse essa prática contrária aos princípios universais de liberdade de imprensa, os e-mails de resposta da assessoria incluem ameaças de processo no caso de suas informações não receberem um “tratamento adequado”.

A resposta da Petrobrás:
"O blog foi lançado com o objetivo de apresentar fatos e dados recentes da Petrobras, o posicionamento da empresa sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), e garantir a total divulgação dos esclarecimentos solicitados pela imprensa e as respectivas respostas enviadas aos jornalistas. A Petrobras respeita os princípios universais de liberdade de imprensa, tanto que, em nenhum momento, se esquivou de responder às perguntas enviadas, de forma direta e clara. Tampouco, usou de qualquer meio para evitar a publicação de reportagens e notas, mesmo quando a empresa está sendo atacada.
A noção de confidencialidade e sigilo, como a própria nota da ANJ registra, é um princípio que norteia a relação dos jornalistas com suas fontes (pessoas ou empresas, consultorias). O objetivo principal é preservar aqueles que passam informações aos jornalistas e que, por qualquer motivo, precisam ou querem se manter no anonimato. Mas não há compromisso semelhante de confidencialidade e sigilo da fonte para o jornalista, pois isso limitaria o próprio caráter público e aberto da informação".

Ou seja, a grande imprensa, pela primeira vez, vê uma contra corrente de informação ganhar força de viral e isso assusta. Em relação a disputa de poder, de fundo são os aliados e adversários do PT e de Lula na arena para um debate público e feroz. Acho que isso é só o começo da corrida presidencial, cuja briga promete mas, infelizmente para nós, há muitos e maiores interesses em jogo do que a dito acesso da sociedade brasileira à verdade. Mas é preciso ficar atento e, por enquanto, a Petrobrás se sai melhor.
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2 de jun. de 2009

Será que toda propaganda é enganosa?

A publicidade é e será sempre satanizada por todos que a vêem apenas como forma de convencer e manipular a opinião pública. Às vezes, esse senso comum toma ares ardilosos e até surpreendentes quando vêm de fontes altamente esclarecidas.


Ontem foi o artigo do Juca Kfouri, ao criticar os critérios da FIFA e da CBF para a escolha das sedes da Copa (argumentos com os quais eu concordo), Kfouri encerra seu texto afirmando: "De resto, é bom dizer que orgulha trabalhar num jornal que tenha feito o editorial que esta Folha fez, no sábado, sobre a miséria de nosso futebol. E tenha dado a cobertura que deu, ontem, sobre a escolha das sedes, revelando quem é quem na Fifa e suas folhas corridas. Em vez da celebração acrítica que cabe aos publicitários e aos donos da bola, o dedo nas feridas".


E hoje, novamente na Folha, um editorial intitulado "Propaganda enganosa". Para além do diagnóstico correto a respeito da instrumentalização que os governos fazem da propaganda em periodo eleitoral, e da soma vexatória das verbas ali utilizadas, alguns trechos do editorial explicitam o preconceito em relação a publicidade:


"A PUBLICIDADE oficial, em todos os níveis da administração, não raro é empregada em benefício pessoal do ocupante do cargo. Sob a desculpa de prestar contas à população e divulgar iniciativas de interesse público, serve de ordinário ao propósito de lustrar a imagem do governante. Não é outra a razão para tais gastos aumentarem em período pré-eleitoral, como agora, a mais de um ano do próximo pleito."(...)


"É mais que óbvio o poder de alavancagem eleitoral da distribuição entre veículos locais e regionais. Quanto menor o órgão de imprensa e mais afastado dos mercados competitivos, tanto mais vulnerável à dependência de anúncios estatais.Pulverizar ou concentrar o gasto, por outro lado, constitui só uma estratégia. O absurdo está na existência dessa verba para autopromoção. Enquanto o contribuinte não reagir, seu dinheiro continuará a ser desperdiçado para ludibriá-lo, ainda que a pretexto de esclarecê-lo."


Ou seja, investir em propaganda é sempre uma operação acrítica, que visa somente ludibriar a opinião pública. Em contraponto, o jornalismo seria o "único" meio legitimo de elucidação do público que formaria uma opinão crítica em relação aos desmandos de nossas instituições. A vida não é preto e branco e para essa questão, a dicotomia não colabora pois o "buraco é mais embaixo", embora seja nela que se amparam os artigos da Folha. Poderia elencar várias iniciativas do meio publicitário que provam o contrário, como a criação do CONAR, do CENP, o reconhecimento internacional (são muito poucos nossos jornalistas premiados em nivel global), ou as iniciativas "publicitárias" que contibuiram muito para a nossa democracia (campanha dos cara pintadas e os próprios anúncios memoráveis da Folha dos anos 80). Mas a questão não é essa pois a "satanização" provem do preconceito secular e miope à diversidade de opiniões e sobretudo a percepção de que todos, jornalistas, publicitários, RPs, enfim, todos somos comunicadores. Fazemos parte uma estrutura maior que tem um poder imenso nas mãos (financeiro inclusive) justamente porque é capaz de informar, convencer e persuadir milhares de pessoas. Isso é muito sério e em vez de nos alfinetar, poderiamos juntar forças em prol da construção de uma comunicação mais democrática e acessivel, ao meu ver, via legitima de mobilização da sociedade para o alcance de seus direitos.


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