18 de set. de 2009
De quem é a culpa?
Por
Reginaldo Nepomuceno
Quando vejo um caso de publicidade irresponsável (como o caso da WWF/DM9), fico menos chocado com o impacto causado pela peça do que com as suas consequências.Demitir a dupla de criação resolve o problema? Se o anúncio realmente foi publicado, a merda já foi feita. E é bem maior do que se pensa.
Vou comparar a publicidade ao futebol, só pra facilitar o entendimento. Quando um time de futebol vai mal, geralmente o técnico é o primeiro a ser demitido, porque, como diz uma das máximas do futebol, "é mais fácil mandar embora 1 do que 11". Só que o problema não está sempre no técnico, e sim numa soma de fatores como falta de estrutura do clube, cartolas que não sabem gerir o time, falta de paciência da torcida, só pra citar alguns. Isso vale tanto para a Seleção da Argentina quanto para o Fluminense ou o Asa de Arapiraca.
El Pibe pode estar com os dias contados no comando da seleção Albiceleste. Mas é só a ponta do iceberg.
Na publicidade não é diferente. Demitir a dupla de criação pela má recepção da peça é bater em cachorro morto. Junto com eles teriam que ir o cliente que aprovou a peça, o cara da revista que publicou o anúncio, o responsável pelas inscrições em Cannes... Porém isso não resolveria em nada o problema da responsabilidade na propaganda, nem das tsunamis muito menos do 11/9. Agora que a merda tá feita, o jeito é tirar a humildade da gaveta e se desculpar com os parentes das vítimas do 11/9 e das tsunamis. Em seguida, procurar aprender com este erro, para que no futuro se possa fazer algo polêmico sem perder a responsabilidade.
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11/9,
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3 comentários:
Vc tem razão Regis - mais um exemplo de que a corda arrebenta do lado mais fraco. Os erros servem para mostrar só a ponta do iceberg: descobrir o que colocou o iceberg no meio do caminho é o desafio pq exige coragem e tempo - tudo o que as agências precisam pq o acovardamento de muitas delas é que esta tornando o mercado publicitário essa terra de ninguém.
Bom post, Regis.
Ontem levantei em aula uma questão sobre ética na publicidade em uma área diferente da criação. Fiquei um pouco decepcionado com a argumentação da defesa, que insistiu no 'problema não é meu'.
Esse semestre estamos preparando o nome e valores da agência fictícia que iremos apresentar no PIC. Acho que vou colocar aqui no blog quando estiver tudo pronto.
Um abraço,
Murilo.
É minha gente, me desculpem...
Tão difil dizer isso, pois nunca erro. Talvez tenha acontecido devido a tamanha responsabilidade de ter cuidado de tudo sozinho, pois não contei com a ajuda de mais ninguém da agência e não mostrei nenhuma vez ao meu cliente o que eu o obriguei a pagar.
Sinto muito. Agora penduro minhas chuteiras visto que sou um péssimo criativo.
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