5 de out. de 2009

Anúncios de bebidas alcoólicas dão lugar a Conteúdo, mas e a ética? onde fica?

Essa vem da Folha de S Paulo de hoje.
O setor de bebidas alcoólicas foi proibido pela lei nº 9.294/96 de efetuar publicidade de seus produtos no horário entre 6h e 21h, mas já encontrou uma resposta para este problema: o patrocínio de conteúdo. Nos últimos dois meses, dois programas foram lançados nesse formato. No rádio, a Mitsubishi FM estreou na semana passada o "Johnnie Walker com Gigantes", semanal apresentado por Lorena Calábria, às 21h. Nesta semana, será transmitido ao vivo do Buddha Bar, como piloto Mika Hakkinen como convidado.Ao fim, haverá degustação do uísque Black Label.Na TV, o GNT exibe "Harmonize", patrocinado pelo grupo AmBev, em que a cada episódio um chef prepara um prato que combine com cerveja da linha Bohemia, fabricada pelo grupo.Inédito às terças-feiras, às 23h30, o programa tem reprises dentro da faixa horária vetada.Isso porque, em mais uma brecha legal, cervejas têm teor alcoólico menor que 13%, e não são definidas como bebidas alcoólicas por essa lei.Eduardo Bendzius, gerente de marketing da Diageo, empresa dona da marca "Johnnie Walker", diz que a produção de conteúdo é mais interessante para o público do que anúncios: "Não precisamos forçar nossas marcas, podemos apresentá-las de forma legal e sutil".Procurado, o Ministério Público Federal-que geralmente fiscaliza emissoras de rádio e televisão, por serem concessões públicas- diz que não há ilegalidade com relação a este modo de patrocínio, mas ressalta que não pode existir qualquer tipo de anúncio das marcas no decorrer do programa, caso transmitido durante o horário vetado.

Agora me pergunto até onde essa mélange entre conteúdo e comercial vai dar. Cada vez mais as marcas vão sutilmente ampliando suas influências até que tudo se dê de forma tão inconsciente e subliminar que nem percebamos mais seus apelos. Acho que o CONAR deveria se posicionar sobre isso.

E por falar em ética, o texto do Pondé na Folha de hoje sobre o comercial da Havaianas, que já comentamos aqui deveria ser lido em todos os curso de publicidade desse país.

4 comentários:

Murilo disse...

Não consegui ler o texto por não ter acesso ao UOL, mas li um artigo dele no Clube sobre essa peça.

Eu só não engulo essa de saída democrática no segundo filme das havaianas. Aposto minhas fichas e mais um pouco que a retirada do primeiro filme e a resposta com o segundo fazem parte da estratégia de campanha da Almap desde o início.

Abraço.

Rafael Figueiredo disse...

Li o texto do Luiz Felipe Pondé e sinceramente, não encontrei nada além da opinião que o publicitário é um ser supremo, deus da criatividade, que sabe o que é certo e errado e está acima da mediocridade da "classe média".
Não sei porque esse comercial da Havaianas gerou tanta polêmica, só achei sem graça, mas não ofensivo.

Claudio Eduardo disse...

O que será do merchandising?
Não bastasse as inserções da publicidade em programas, agora estamos inserindo programas na publicidade.
Uma coisa interessante é o conteúdo que é produzido. Até então, me parece que a programação disponível, literalmente pela publicidade, alimenta ao já estafado ramo do "entretenimento" vazio e inóspito. Outra coisa, por serem bebidas alcoólicas os patrocinadores e atores dessa programação, penso que: se beber, não produza “entretenimento”.
Mais uma outra coisa: podemos pensar que este é o momento em que publicidade sai dos bastidores e chega agora diante das câmeras, pois se antes ela financiava a programação, agora é a própria.
Honestidade explícita?! Bom aí já é outra coisa...

Ps: também não pude ler o texto de Pondé, pois não assino UOL.

Vitório Tomaz @virts disse...

Acho bem delicada esta questão do patrocínio, mas eu não sou rigorosamente contra, e nem acho que tenhamos força para ir contra esta tendência.

Acredito apenas ser necessário garantir que os projetos sejam concebidos sem a influência do patrocinador, o que é quase impossível ao meu ver.

No entanto, acredito que pelo menos assim a relação é mais honesta, ninguém finge absolutamente nada, já que atualmente e em toda a história foi assim, veja se a palestra da VEJA, que apesar de ter anúncios destacados é toda comprometida.

Mas o que acredito é que a internet e as mídias sociais em especial tem democratizado de uma maneira absurda a comunicação, é tudo mais ágil, estamos em um período em que a classe D tem tido acesso a internet em São Paulo.

Logo não acredito que o consumidor ainda seja tão suscetível.

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