25 de set. de 2010
Como convencer as pessoas a usarem bicicleta e não carros? Ação SulAmérica responde.
Esse post é de autoria da Thaissa Sá Freire.
Durante a 11ª Semana de Publicidade da PUCSP, tivemos uma palestra muito interessante com o Diretor de Arte da Agência Santa Clara, Luter Filho. Entre muitos cases apresentados e até mesmo histórias pessoais para ilustrar que um publicitário tem que exercitar sua percepção, ele foi mais além, demonstrando que é necessário sensibilidade e ousadia.
Fazendo uso do tema Job ruim, ele nos mostrou que na verdade não existem jobs ruins, existem problemas a serem decifrados, um desafio a ser vencido pelo comunicador. O que ele quis demonstrar é que surgirão muitos cases pequenos a serem resolvidos. E que são neles que devemos focar, e nos ater as grandes possibilidades que eles proporcionam, fazendo uso de toda nossa sensibilidade e observação.
Um dos cases apresentados e que tomo como exemplo é uma campanha da SulAmérica Auto criada pela agência MPM Propaganda. Entre as várias peças criadas, uma ação chama atenção por ter conseguido cativar a população do Rio de Janeiro com um serviço que alia a preocupação com a ecologia e a conhecidíssima relação de carinho que o carioca tem com a Cidade Maravilhosa. O intuito era criar novos bicicletários para a cidade e fazer com que as pessoas aderissem a esse novo hábito, pois andar de bicicleta é a melhor alternativa ao uso do automóvel. Sem verba para desenvolver uma grande campanha, a SulAmérica juntou-se a Havaianas para desenvolver algo verdadeiramente impactante. Partindo de algo inicialmente insosso, eles chegaram à solução criativa e inovadora. Em vez de partir da tradicional ideia de distribuir flyers, o que é completamente contrária à ideia de Sustentabilidade, defendida desde o início do projeto.
A partir de uma ideia da agência MPM e a Sul América, em parceria com as Havaianas produziu vários chinelos de borracha que funcionavam como carimbo, ou seja, o próprio chinelo ‘carimbava’ o slogan VÁ DE BIKE na areia, chamando as pessoas a passar nos bicicletários que estavam dispostos pela orla carioca. Além de distribuir os ‘chinelos-carimbo’ para as pessoas que freqüentavam as praias, eles fizeram com que elas participassem ativamente da campanha.
A reação a uma proposta que inicialmente era mais do que um case como outro qualquer, sem um atrativo, tornou-se uma campanha de audácia. É exatamente por isso que não devemos nos ater aos problemas pequenos, mas enfrentá-los como se fossem grandes. A SulAmérica Auto não teria capital para desenvolver uma campanha que veiculasse nos meios de mídia. Entretanto, o que seria um problema, gerou lucro e mídia espontânea, visto que as próprias pessoas divulgaram o projeto.
Para mim, foi uma sacada genial! Eu particularmente não daria nada para um case assim. É aí que temos que estar atento às possibilidades e ver que o nosso trabalho é bem mais do que criatividade, é sensibilidade, percepção e muita ousadia.
4 comentários:
É impressionante a forma como as mídias são usadas e criadas na atualidade. E igualmente impressionante é a forma como elas mudam e transformam a vida dos consumidores, saindo daquele estereótipo de panfletos, cartazes e outras coisas, que em vez de informar acabam por incomodar muitas vezes. Na conjuntura em que vivemos é imprescindível despertar a atenção dos consumidores da maneira mais criativa e cômoda possível para que as marcas não gerem uma demanda negativa.
bacana.
Fala galera, blz?
Obrigado pelo post.
Só tenho umas correçõezinhas, ok?
1- A agênia responsável pelo case é a MPM Propaganda. E não a Santa Clara.
2- A ação foi uma de várias peças criadas para comunicar o patrocínio.
Fora isso, muito bacana.
Vamo que vamo.
Luter Filho
Obrigada Luter, pelas observações, elas já foram incorporadas no post.
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