9 de mai. de 2009

Balanço do II Forum, Parte II

Abaixo, resumidamente, o que aconteceu no segundo dia.

Pela manhã, a mesa foi composta por palestrantes da área politica e da educação, o que foi positivo para pensar as questões macro. Começou com a narrativa do confronto entre Católicos e Protestantes pelo ex-primeiro ministro da Irlanda, e como a comunicação ajudou aquele país a superar o conflito. Ele também não se furtou a pensar e problematizar a questão do Terrorismo como o avesso máximo da comunicação.

Em seguida, o prof. dr. André Lazaro, representando o ministro da Educação Fernando Haddad, apresentou muitos dados sobre a educação no Brasil e reforçou que não se pode apenas jogar pedras no quadro educacional brasileiro pois, segundo ele, 97% das nossas crianças estão na escola, ou seja, 48 milhões delas têm escolaridade com acesso também a merenda, transporte, uniforme e material didático. Realmente não é pouco. Ao insistir que a qualdiade virá também da quantidade, reforçou que é preciso haver menos partidarização e mais politização do debate. Não sei se foi impressão minha, mas vi um fundo arendtiano na fala dele.

Houve também a fala idealista do representante da UNESCO Brasil, Vincent Defourny. Mas ele foi o primeiro a colocar 2 coisas importantes sobre comunicação. A primeira é a importância dos organismos de cooperação internacional que só se realizam pela comunicação, pois esta é a respiração das organizações e das sociedades. E também alertou para as três dimensões da comunicação: sintática (abrir o canal), semântica (pensar e discutir o sentido) e a pragmática (pôr em ação). Ele convidou todos a visitarem o site da UNESCO.

Os outros dois palestrantes são ótimos de oratória e suas palestras são sempre muito boas de ver, ouvir e reouvir. Os professores da área da educação Mario Sérgio Cortella e Terezinha Riose rechearam suas falas de ótimas citações e ironias, chegando a ser cartáticas e, por isso, muito persuasivas. Cortella finalizou sua fala citando Rabelais: "Conheço muitos que não puderam quando deviam porque não quiseram quando podiam". Foi ovacionado pela platéia (como de costume). E Terezinha, com sua fala mineira cheia de enrendamentos, pontuou a diferença entre o novo e o original, porque este não é a novidade mas aquilo que vai às origens, aos princípios de raiz. E da diferença entre a Moral, cuja questão é "O que devo fazer?", e a Ética que está mais relacionada as questões "Que vida quero viver? E quais são as responsabilidades ligadas a essa escolha?". Mineiramente concisa e profunda, não sei se foi muito entendida pela platéia, mas com certeza, foram muito válidas as suas reflexões.

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