27 de mar. de 2011
AME - Associação das Mulheres Evoluídas?
Por
Vitório Tomaz
Certamente existe uma quantidade significativa de colegas de profissão que farão a leitura desta crítica e vão ver como mais uma critica chata, de alguém que não sabe fazer a leitura de peças de humor como elas devem ser encaradas. Mas acredito que antes de observar esta campanha como uma peça de humor, precisamos olhar para a Bombril como uma marca com longo relacionamento com o consumidor, que antes mesmo de ser capaz de criar peças de humor, trata-se de uma marca capaz de influenciar culturalmente, em especial pela credibilidade alcançada ao longo dos anos. Portanto, não seria sensato eximir a Bombril desta responsabilidade e analisar a sua peça apenas como mais uma peça engraçadinha para chamar a atenção do consumidor. Para entender melhor contexto em que surge esta crítica, sugiro o acesso ao site da campanha: www.mulheresevoluidas.com.br e que assista ao vídeo:
Caso queira ver os outros vídeos da campanha acesse o canal no You Tube: www.youtube.com/user/MulheresEvoluidas
A questão é que a campanha, surge na contramão do que tem sido feito para a construção de um mundo mais igual, onde seremos capazes de respeitar e valorizar as diferenças como algo essencial para a sobrevivência. Evoluir em sentido de valorizar as diferenças me parece um pouco diferente da idéia de vencer os homens e fazer com que eles sejam tão eficazes quanto os produtos da Bombril.
A relação que costumo fazer é a de que feminino está para masculino, fêmea está para macho e machismo está para femismo. E que esta é uma campanha femista.
Não é que as moças tenham ficado feias com os ternos, mas talvez ela não precisem se vestir como quem está indo para a selva para serem respeitadas. O tom mais ácido da campanha está na "brincadeira" on-line, onde a usuária insere a sua foto e a foto do "seu" parceiro, e passa a ser a dona da situação, vejam aqui: www.mulheresevoluidas.com.br/comodeveria. Apesar do bom humorado, será mesmo que não existia nenhuma outra maneira que de propor a campanha que não seja contraproducente?
Bola fora de novo pra marca, que por sinal teve uma campanha com informações enganosas quanto a sua preocupação com o meio ambiente (publizitat.blogspot.com/2011/03/bombril-as-esponjas-biodesagradaveis.html) retiradas do ar pelo CONAR no mês passado.
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5 comentários:
Tem também o pequeno (repito, perqueno) detalhe de que a propaganda incentiva a agressão doméstica. Claro, agressão das mulheres em seus maridos. Tudo bem, podem argumentar de que é uma piada. Agora imaginem se a propaganda sugere o oposto. Ia dar problema, certo? tsc tsc.
Pra concluir: Não, Bombril. Não tente conseguir apoio das feministas usando a figura da dona de casa transvestida de mulher independente e bem-sucedida.
Achei a campanha ótima. Com muita repercussão tanto entre homens como entre mulheres. A marca sempre enfatizou que mulheres usam os produtos Bombril e tudo o que é usado tanto no site, quanto nos videos são a pura verdade, só que nunca foi dita. Alguns videos me pareceram forçados, como disse o Murilo, FEMINISTA demais... mais em linhas gerais, a idéia é boa.
a Gente, na minha opinião a Bombril soube muito bem agradar seu público alvo, com humor e sem denegrir a outra parte, nós, os homens.
Até eu já estou farto de mulheres serem colocadas quase nuas pra vender cervejas e outros produtos que inicialmente são destinados a homens, por isso até gosto quando vejo algo que de fato mostra o lado histórico e de que a mulher evoluiu sim e muitos sentidos. Eu gostei
Pra mim, essa é, de longe, a pior campanha que está no ar. E eu discordo quando dizem que a campanha é "feminista", ela não é. Ela é extremamente machista. A mulher evoluída é a que "manda na casa" ?! tsc tsc.
Pra mim, o Murilo falou tudo. A Bombril tá usando "a figura da dona de casa transvestida de mulher independente e bem-sucedida."
Eu não duvido do sucesso da campanha, mas o Publizitat existe exatamente através da nossa reflexão além do sucesso, além da venda e do consumo.
E digo mais!
"Pra mim, o Murilo falou tudo. A Bombril tá usando "a figura da dona de casa transvestida de mulher independente e bem-sucedida."
Eu não duvido do sucesso da campanha, mas o Publizitat existe exatamente através da nossa reflexão além do sucesso, além da venda e do consumo."
Se Murilo falou tudo, Rafael disse tudo e mais um pouco.
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