30 de abr. de 2009
No minimo tosco - Rio sem Favelas
Por
Vitório Tomaz
E o que vamos fazer com todo mundo? Jogar embaixo do tapete ou mandar o B.O.P.E. matar?
é incrivel como a comunicação, ora jornalistica, ora publicitária é capaz de fazer absurdos.
30/04/2009 - 10h51
Favelas do Rio de Janeiro somem em filme para o COI
SÉRGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
O comitê organizador da candidatura carioca à Olimpíada de 2016 apresentou à Comissão de Avaliação do COI um filmete de cinco minutos e fotografias aéreas que mostram um Rio de Janeiro sem favelas nas áreas vizinhas aos locais em que as competições serão disputadas, caso a cidade seja escolhida.
A apresentação aconteceu ontem de manhã para os 13 especialistas e esportistas estrangeiros enviados pelo Comitê Olímpico Internacional para avaliar se o Rio de Janeiro tem condições de sediar os Jogos.
Do encontro participaram o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Nenhum dos representantes do COI falou com jornalistas. No discurso das autoridades brasileiras --prefeito, governador e ministro--, o encontro foi extremamente positivo.
"Nós nos saímos muito bem. Não é um autoelogio. (...) Foi uma manhã nota 10. Estamos no rumo certo. (...) A chance do Rio de Janeiro é muito grande", afirmou Cabral.
Preparado pelo Rio-2016 --comitê formado por COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e governos federal, estadual e municipal--, o filme mostra como deverá estar o Rio no ano da disputa dos Jogos, se for mesmo escolhido sede olímpica.
A capital fluminense foi dividida em quatro áreas: Copacabana (zona sul), Barra da Tijuca (zona oeste), Deodoro (zona oeste) e Maracanã (zona norte). Em cada uma delas foram mostrados estádios, vilas esportivas, locais de disputas. Não havia favela em nenhuma.
De acordo com o diretor de marketing do comitê, Leonardo Gryner, a omissão não foi deliberada. "Não tiramos nenhuma favela. Pode ser que pelo corte elas não tenham aparecido, mas não tiramos nenhuma favela", declarou ele.
Um exemplo da ausência de favelas pode ser notado no Maracanã, estádio ladeado pelo morro da Mangueira. A favela não aparece no filme. O estádio, com todas as modificações planejadas para o ano da Olimpíada, é mostrado de um ângulo que a mantém oculta.
Da mesma forma, na região da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, onde ficarão a Vila Olímpica e diversos prédios e unidades relacionados aos Jogos, não foram mostradas as favelas de Cidade de Deus, Rio das Pedras e Gardênia Azul.
Também o estádio João Havelange (o Engenhão, na zona norte) aparece no filme em ângulo no qual não são mostradas as favelas ao redor. Até as imagens panorâmicas, quase em círculo, do Corcovado, não exibem os morros povoados que existem nas vizinhanças, como Dona Marta e Cerro Corá.
Responsável pela apresentação dos futuros pontos de competição, o diretor de esportes do comitê, o ex-atleta Agberto Guimarães, repetiu em sua palestra e em uma entrevista que uma das metas da equipe é chamar a atenção dos avaliadores do COI para a natureza privilegiada do Rio de Janeiro.
"A gente tem que explorar as belezas do Rio, as praias", declarou Agberto, que mostrou aos emissários do comitê olímpico uma foto da praia de Copacabana em que, à distância, a favela do Cantagalo é quase que obscurecida pelos raios solares.
é incrivel como a comunicação, ora jornalistica, ora publicitária é capaz de fazer absurdos.
30/04/2009 - 10h51
Favelas do Rio de Janeiro somem em filme para o COI
SÉRGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
O comitê organizador da candidatura carioca à Olimpíada de 2016 apresentou à Comissão de Avaliação do COI um filmete de cinco minutos e fotografias aéreas que mostram um Rio de Janeiro sem favelas nas áreas vizinhas aos locais em que as competições serão disputadas, caso a cidade seja escolhida.
A apresentação aconteceu ontem de manhã para os 13 especialistas e esportistas estrangeiros enviados pelo Comitê Olímpico Internacional para avaliar se o Rio de Janeiro tem condições de sediar os Jogos.
Do encontro participaram o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Nenhum dos representantes do COI falou com jornalistas. No discurso das autoridades brasileiras --prefeito, governador e ministro--, o encontro foi extremamente positivo.
"Nós nos saímos muito bem. Não é um autoelogio. (...) Foi uma manhã nota 10. Estamos no rumo certo. (...) A chance do Rio de Janeiro é muito grande", afirmou Cabral.
Preparado pelo Rio-2016 --comitê formado por COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e governos federal, estadual e municipal--, o filme mostra como deverá estar o Rio no ano da disputa dos Jogos, se for mesmo escolhido sede olímpica.
A capital fluminense foi dividida em quatro áreas: Copacabana (zona sul), Barra da Tijuca (zona oeste), Deodoro (zona oeste) e Maracanã (zona norte). Em cada uma delas foram mostrados estádios, vilas esportivas, locais de disputas. Não havia favela em nenhuma.
De acordo com o diretor de marketing do comitê, Leonardo Gryner, a omissão não foi deliberada. "Não tiramos nenhuma favela. Pode ser que pelo corte elas não tenham aparecido, mas não tiramos nenhuma favela", declarou ele.
Um exemplo da ausência de favelas pode ser notado no Maracanã, estádio ladeado pelo morro da Mangueira. A favela não aparece no filme. O estádio, com todas as modificações planejadas para o ano da Olimpíada, é mostrado de um ângulo que a mantém oculta.
Da mesma forma, na região da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, onde ficarão a Vila Olímpica e diversos prédios e unidades relacionados aos Jogos, não foram mostradas as favelas de Cidade de Deus, Rio das Pedras e Gardênia Azul.
Também o estádio João Havelange (o Engenhão, na zona norte) aparece no filme em ângulo no qual não são mostradas as favelas ao redor. Até as imagens panorâmicas, quase em círculo, do Corcovado, não exibem os morros povoados que existem nas vizinhanças, como Dona Marta e Cerro Corá.
Responsável pela apresentação dos futuros pontos de competição, o diretor de esportes do comitê, o ex-atleta Agberto Guimarães, repetiu em sua palestra e em uma entrevista que uma das metas da equipe é chamar a atenção dos avaliadores do COI para a natureza privilegiada do Rio de Janeiro.
"A gente tem que explorar as belezas do Rio, as praias", declarou Agberto, que mostrou aos emissários do comitê olímpico uma foto da praia de Copacabana em que, à distância, a favela do Cantagalo é quase que obscurecida pelos raios solares.
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